1. CONTABILIDADE GERAL PARA CONCURSOS Prof. Eudimar
Capítulo 1 – INTRODUÇÃO REGISTRO ⇒ Para que haja o controle e a orientação,
os fatos devem ser evidenciados por algum meio, e o meio
1.1 CONCEITOS utilizado em Contabilidade é o registro daqueles fatos. O
registro é efetuado segundo um método universalmente
A Contabilidade é uma ciência econômica utilizada conhecido como “método das partidas dobradas”.
como instrumento de informação, através da qual
passa a se conhecer a estrutura econômico-financeira CONTROLE ⇒ A função controle é de suma
das entidades (aziendas). Ela utiliza metodologia importância, haja vista a necessidade da salvaguarda de
própria para resumir e acumular os dados ativos, principalmente em se tratando de entidades
relacionados com o patrimônio das entidades. comerciais, que estão em constante competição para
conquista de mercado.
Aziendas = tem um conceito mais amplo que O controle visa, também, ao acompanhamento do
entidades. Compreende também os entes sem fins planejamento, pois não bastam bons planos se no
lucrativos, inclusive o complexo de bens, direitos e momento da execução abandonam-se todos os critérios
obrigações de uma pessoa natural, de um governo. científicos empregados na sua elaboração, sendo
necessário um controle rigoroso para a sua eficaz
Vários são os conceitos de Contabilidade, atribuindo- execução.
se-lhe, invariavelmente, o condão de ciência. Outrora, ORIENTAÇÃO ⇒ Através dos relatórios contábeis é
quando ainda não sedimentados os princípios que a comunicada a situação da entidade que, utilizados
regem, chamavam-na inclusive de arte. Entretanto, hoje, adequadamente, servirão de parâmetros (orientação) para
ela deve ser entendida como ciência, como bem esclarece um criterioso e adequado planejamento, bem como
a RESOLUÇÃO CFC Nº 774, de 16 de dezembro de 1994, verificar e acompanhar se o que foi planejado está sendo
que Aprova o Apêndice à Resolução sobre os Princípios executado, e se as metas traçadas estão sendo atingidas.
Fundamentais de Contabilidade do CONSELHO FEDERAL
DE CONTABILIDADE, publicado no Diário Oficial da União Poder-se-ia dizer que temos aí toda a essência da
em 18 de janeiro de 1995: Contabilidade, isto é, os meios e os fins, pois o fim da
Contabilidade, como já foi noticiado, é a prestação de
1 - A CONTABILIDADE COMO informações úteis, e, estas, só serão possíveis mediante
CONHECIMENTO registros e controles permanentes que possam evidenciar
1.1 - A Contabilidade como Ciência Social as mutações patrimoniais, tanto as qualitativas, quanto as
quantitativas.
A Contabilidade possui objeto próprio -
o Patrimônio das Entidades - e consiste em
conhecimentos obtidos por metodologia 1.2 OBJETO
racional, com as condições de
generalidade, certeza e busca das causas, O objeto da Contabilidade é o PATRIMÔNIO das
em nível qualitativo semelhante às demais AZIENDAS (entidades), sejam elas com ou sem fins
ciências socais. lucrativos, Por Patrimônio entende-se o conjunto de
bens, direitos e obrigações de uma entidade, ou seja,
A Resolução alicerça-se na premissa de os elementos e/ou meios necessários à existência e à
que a Contabilidade é uma Ciência Social consecução das suas finalidades.
com plena fundamentação epistemológica.
Por conseqüência, todas as demais 1.3 FINALIDADE
classificações - método, conjunto de
procedimentos, técnica, sistema, arte, para Com muita propriedade, acerca do assunto, Sérgio de
citarmos as mais correntes - referem-se a Iudícibus manifesta o seu conhecimento dizendo que: "o
simples facetas ou aspectos da objetivo da contabilidade repousa mais na construção de
Contabilidade, usualmente concernentes à um 'arquivo básico de informação contábil,' que possa ser
sua aplicação prática, na solução de utilizado, de forma flexível, por vários tipos de usuários,
questões concretas. cada um com ênfases diferentes neste ou naquele tipo de
Dentro desse contexto, Hilário Franco já a conceituava informação, neste ou naquele princípio de avaliação,
com os seguintes dizeres: porém extraídos todos os informes do arquivo básico ou
'data-base' estabelecido pela contabilidade, embora alguns
Contabilidade é a ciência que estuda e
controla o patrimônio das entidades, requerendo 'tratamento' prévio especial da Contabilidade
mediante o registro, a demonstração Gerencial”.
expositiva e a interpretação dos fatos nele
Assim, de forma resumida e objetiva, podemos dizer
ocorridos, com o fim de oferecer
informações sobre sua composição e que a finalidade/objetivo da Contabilidade é fornecer
variação, bem como sobre o resultado informações de cunho econômico-administrativo aos mais
econômico decorrente da gestão da riqueza diversos usuários. Por isso, essas informações devem ser
patrimonial. as mais amplas possíveis, evidenciando todos os aspectos
relevantes, tanto quantitativos quanto qualitativos, que
Por seu turno, o primeiro congresso brasileiro de
Contabilidade, ocorrido no Rio de Janeiro, em 1924, possam interferir no patrimônio das entidades (aziendas).
definiu o que se chama de conceito oficial de
Diante de tais objetivos, não encontramos óbice para
Contabilidade:
concluir que a contabilidade é tão remota quanto é a
A Contabilidade é a ciência que estuda existência do homem pensante na face da terra, pois a
e pratica as funções de orientação, de necessidade de informações/evidenciações acerca das
controle e de registro relativos à existências sempre se fez presente na vida humana.
administração econômica.
Na tentativa de entender esse conceito de Através do controle do patrimônio (FUNÇÃO
Contabilidade, vamos decompô-lo nos seus núcleos ADMINISTRATIVA) e apuração do rédito (ou
verbais que são: registrar, controlar e orientar. Atribuindo- resultado) das aziendas (FUNÇÃO ECONÔMICA),
lhes a devida função, teremos a aplicação dos próprios presta informações às pessoas que tenham interesse
objetivos da Contabilidade. Assim, as funções de registro, em avaliar a situação patrimonial e o desempenho
controle e orientação/informação podem ser detalhadas da destas entidades. Podemos citar também como
seguinte forma: finalidades (objetivos) da Contabilidade:
Estudarei até passar!!! 1
2. CONTABILIDADE GERAL PARA CONCURSOS Prof. Eudimar
- conhecer as fontes de financiamento e as contábeis, segundo a Lei n.º 6.404/1976 (Lei das S/As),
aplicações de recursos existentes; são o balanço patrimonial, demonstrativo do
- permitir que os fatos ocorridos sejam resultado do exercício, demonstrativo dos lucros ou
corretamente interpretados, tenham eles afetado prejuízos acumulados e demonstrativo das origens
qualitativa ou quantitativamente o patrimônio; e aplicações de recursos.
- auxiliar na tomada de decisões.
Há outros demonstrativos, que, no entanto, nos
1.4 CAMPO DE APLICAÇÃO concursos públicos não são exigidos, pois os concursos se
restringem à aplicação da Lei das S/As, no que concerne
São as aziendas. às demonstrações contábeis.
1.5 USUÁRIOS Os demonstrativos são organizados de forma sintética,
pois representam, em sua essência, um resumo da
São as pessoas (físicas ou jurídicas) interessadas
escrituração contábil.
nas informações prestadas pela Contabilidade, dentre
elas:
1.6.3. AUDITORIA: É a técnica contábil que tem por
a) a pessoa física cujo patrimônio esteja sendo objetivo a verificação ou revisão de registros,
contabilizado;
demonstrações e procedimentos adotados para a
b) os acionistas, sócios ou proprietários de escrituração, visando avaliar a adequação e a veracidade
pessoas jurídicas; das situações memorizadas e expostas. É, hoje, um
c) administradores de pessoas jurídicas; exame sistemático, racional, organizado
d) financiadores de recursos (credores) – metodologicamente, para produzir opiniões sobre as
interessam-se pelo fluxo financeiro do tomador situações patrimoniais, financeiras, de resultado, de
de recursos e também pelas garantias produtividade, de risco, de legalidade, de economicidade,
oferecidas;
de eficácia, em suma, de todos os aspectos da vida
e) governo – com base na contabilidade das patrimonial, essa definição é da autoria de Antônio Lopes
empresas impõe tributação às mesmas e de Sá.
realiza análise global da economia do país;
f) concorrentes;
1.6.4. ANÁLISE DE BALANÇO: É técnica que se utiliza
g) especuladores. de métodos e processos científicos (estatísticos) na
decomposição, comparação e interpretação do conteúdo
1.6 TÉCNICAS CONTÁBEIS das demonstrações contábeis, para a obtenção de
informações analíticas. Veja-se que a análise não se limita
Para a perfeita aplicação das funções de registrar,
ao Balanço Patrimonial, estendendo-se às outras
controlar e orientar, a Contabilidade se vale de técnicas,
demonstrações contábeis.
que são os conhecimentos práticos da ciência contábil.
Técnica contábil é, portanto, a aplicação prática da ciência É oportuno que se chame atenção ao fato de que a
- CONTABILIDADE -, que são expressas em número de Auditoria e a Análise de Balanços serem, também,
quatro: escrituração, demonstrações contábeis, especializações da Contabilidade.
análise de balanço e auditoria.
1.6.1. ESCRITURAÇÃO: É o registro dos fatos (pelo
método das partidas dobradas) que influenciam o
patrimônio de uma entidade e deve ser feito em ordem
cronológica (dia, mês e ano) e em grupos de fatos
homogêneos de modo que possam identificar um
determinado componente patrimonial.
Deve-se observar, sempre, por ocasião dos registros,
os princípios fundamentais de contabilidade, pois só assim,
estaremos diante da Contabilidade concebida
cientificamente.
Por pertinente, ressalte-se que a técnica é gênero da
qual o método é espécie. Assim, a técnica é a escrituração
que é posta em prática pelo método das partidas
dobradas.
Partida, em Contabilidade, na definição de Antônio
Lopes de Sá é o "registro de um fato ou de vários fatos
patrimoniais em forma contábil, caracterizando-se a conta,
o histórico, os valores e a data em que se verificou o fato.
A partida pode assumir formas diferentes e obedecer a
critérios diferentes.
A partida é o registro em forma contábil propriamente
dito."
1.6.2. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: São os
relatórios, organizados sinteticamente, onde se resumem
as informações contábeis de forma metódica, atendendo
cada um a uma finalidade específica. As demonstrações
2 Estudarei até passar!!!
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Capítulo 2 - A EQUAÇÃO PATRIMONIAL De uma maneira geral, o que interessa às entidades é o
aspecto valorativo ou monetário e ainda de modo que os
2.1 O PATRIMÔNIO bens possam servir de meio a consecução dos objetivos
A Contabilidade possui objeto próprio - O PATRIMÔNIO sociais, quer diretamente, quer por meio de investimentos,
DAS ENTIDADES - por esta razão constitui-se numa ciência quando então produzirão resultados acessórios.
social com plena fundamentação epistemológica, ou seja, Dessa forma, se a entidade, trocar mercadorias por
possui seus próprios princípios. Assim sendo, as demais dinheiro, houve apenas uma variação qualitativa no
classificações que se queiram atribuir à Contabilidade - Patrimônio, mas se desta troca resultar uma diferença
como método, técnica, arte - são apenas alguns aspectos (lucro ou prejuízo) a variação terá sido qualitativa e
da Contabilidade concernente à sua aplicação prática a quantitativa.
casos concretos.
Ressalte-se que tanto as variações qualitativas quanto
A principal finalidade da Contabilidade é registrar a as quantitativas devem ser registradas pela contabilidade.
movimentação do patrimônio de uma entidade, quer
PATRIMÔNIO
qualitativa ou quantitativamente, a fim de fornecer
informações úteis aos usuários e interessados. ASPECTO QUALITATIVO COMPONENTES
O patrimônio se movimenta em função dos
ASPECTO QUANTITATIVO EXPRESSÃO MONETÁRIA
acontecimentos que ocorrem diariamente como as
compras, as vendas, os pagamentos, os recebimentos etc.
O entendimento do que seja aspecto qualitativo e
Registrando tais acontecimentos, a Contabilidade
quantitativo, para provas de concursos, começa a ter
poderá fornecer informações sobre a situação do
relevância no momento em que nos deparamos diante dos
patrimônio.
fatos contábeis, pois a partir da análise do aspecto
patrimonial podemos definir se em dado fato contábil
2.2 CONCEITO ocorreu uma receita, uma despesa, ou ambas ou, ainda,
A melhor conceitução de Patrimônio é aquela formulada uma mera permuta entre elementos patrimoniais, vale
pelo Conselho Federal de Contabilidade por meio da dizer, houve apenas uma variação patrimonial qualitativa. O
Resolução CFC n.º 774, de 16 de dezembro de 1994, assunto fatos contábeis terá o devido destaque, noutro
publicado no DOU de 18 de janeiro de 1995, que aprova o capítulo, de nosso estudo.
apêndice à Resolução CFC n.º 750, de 29 de dezembro de
1993, pela qual são aprovados os Princípios Fundamentais 2.3 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PATRIMÔNIO.
de Contabilidade.
Conforme já vimos em tópico anterior, a Contabilidade
Da análise do ato normativo, conclui-se que o alcança seus objetivos utilizando-se de técnicas (meios). A
patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações para escrituração é a técnica que visa a evidenciação de todos
com terceiros, vinculados a uma entidade (pessoa física, os fatos contábeis. Para fazermos a escrituração nos
sociedade, empresa ou instituição de qualquer natureza) valemos do método das partidas dobradas, o que consiste
que tenha ou não fins lucrativos e independentemente de em fazer o lançamento contábil de forma dupla. Decorre
sua finalidade. desse método que a todo débito corresponde um crédito
de igual valor, a toda origem corresponde uma aplicação
O patrimônio das Entidades é autônomo em relação aos de igual valor. Assim, a qualquer momento teremos a
demais patrimônios, podendo a entidade dispor dele, satisfação das seguintes equações: débitos = créditos;
livremente dentro do ordenamento jurídico e racionalidade aplicações = origens.
econômica e administrativa.
O patrimônio, como já exaustivamente visto, é o
Há outras ciências que têm como seu objeto o conjunto de bens, direitos e obrigações. Ao conjunto dos
patrimônio, porém à Contabilidade este interessa sob o bens e direitos, que representa, em tese, a parte positiva
aspecto qualitativo e quantitativo. chamamos de ATIVO. Às obrigações, que representam,
Qualitativamente o patrimônio é analisado pela teoricamente, a parte negativa, chamamos de PASSIVO.
natureza de seus elementos, como caixa, valores a receber
Esses componentes patrimoniais são dispostos no
e a pagar expressos monetariamente (moeda), máquinas,
Balanço Patrimonial, de forma simplificada, num gráfico
estoques de materiais ou mercadorias, participações
em forma de “T”, como segue:
societárias etc. Mas, interessa à Contabilidade a
particularização e a individualização de cada componente,
devendo-se decompor os termos coletivos como máquinas,
por exemplo, pois é objeto da Contabilidade o
acompanhamento individual de cada um dos componentes PATRIMÔNIO
de elementos coletivos. Assim dentro do elemento
máquinas podemos ter a máquina X, e esta terá um BENS OU
acompanhamento de sua evolução contábil, enquanto fizer
parte do patrimônio da Entidade com valor econômico + OBRIGAÇÕES
mesmo que venha a ser, contabilmente, depreciada
integralmente.
DIREITOS
Já o aspecto quantitativo refere-se à expressão dos
componentes patrimoniais em termos de valores
econômicos ou monetários. Aqui cabe uma ressalva, pois
pode um determinado bem não representar valor
econômico para uma determinada entidade e ser
extremamente útil a outra, decorrendo um certo
subjetivismo quanto a o que chamamos de valor, que em
última análise é uma avaliação intrínseca a cada Entidade.
Estudarei até passar!!! 3
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PATRIMÔNIO autores como Investimento Próprio, por representar a
parte do patrimônio que efetivamente pertence à
Entidade, pois o restante dos bens e direitos estará
comprometido por obrigações com terceiros, chamando-se
ATIVO PASSIVO
a estes de “bens de terceiros” ou Capital de Terceiros.
Quando falamos em equação, matematicamente e
também em Contabilidade, estamos nos referindo a uma
igualdade, e esta igualdade sempre ocorrerá quando os
lançamentos contábeis forem efetuados de forma correta
dentro do método das partidas dobradas. Assim sendo,
Deve-se gravar, por enquanto, que os bens e
temos que os bens, direitos e obrigações, aliados ao
direitos figuram no lado esquerdo e as obrigações no
patrimônio líquido devem satisfazer a equação
lado direito do gráfico. As despesas e receitas (que
alteram o Patrimônio Líquido) não figuram no apresentada a seguir:
patrimônio (Balanço Patrimonial) em espécie, mas são
incorporados a este via Patrimônio Líquido à conta de
Lucros ou Prejuízos Acumulados ou Reservas de Patrimônio Líquido = Bens + Direitos (-) Obrigações
lucros. Podemos inferir, desta forma, que as receitas e ou
despesas são “contas” do Patrimônio Líquido. É o que PL = ATIVO - PASSIVO
defende a teoria materialista, por exemplo. No ou
entanto, a Contabilidade contemporânea adota a ATIVO = PASSIVO + PL
teoria Patrimonialista, na qual essas contas (receitas e Da análise da equação patrimonial, conclui-se que esta
despesas) devem ser classificadas como contas de pode apresentar três situações possíveis:
resultado, integrando o patrimônio somente pelas
contas que simbolizam o seu resultado, como as 1ª Situação:
contas de lucros na forma acumulada ou reservas.
Ativo (bens + direitos) é maior que o Passivo
(obrigações), e como o Patrimônio Líquido é Ativo (-)
Por pertinente, vale dizer que as contas de Passivo, teremos um Patrimônio Líquido positivo, ou
resultado são demonstradas no Demonstrativo do Situação Líquida positiva.
Resultado do Exercício (DEREX).
Esta situação pode ser representada da seguinte
2.4 COMPONENTES PATRIMONIAIS forma:
A Contabilidade atribui um nome a cada um dos lados
do gráfico, em forma de T, chamando de ATIVO o
PATRIMÔNIO
conjunto de direitos e bens, que formam o conjunto de
elementos “positivos” da entidade, situados no lado Caixa 100,00 Fornecedores 100,00
esquerdo do gráfico, são também chamados de Bancos 200,00 Impostos a pagar 50,00
“aplicações” dos recursos.
Mercadorias 200,00 Salários a pagar 50,00
Ao lado direito do gráfico chamamos de PASSIVO, que
Imóveis 600,00 Capital Social 600,00
é o conjunto composto pelas obrigações, que formam o
grupo de elementos “negativos” da entidade e Móveis/utensílios 100,00 Lucros Acum. 400,00
representam as “origens” de recursos aplicados no Ativo. Total 1.200,00 Total 1.200,00
“Positivo” ou “negativo” porque em última análise uma
obrigação não é uma situação muito confortável, ao passo De forma simplificada esta situação é representada da
que um bem ou direito é mais confortável, mas isso só em seguinte maneira:
tese, pois muitas vezes conseguir-se financiamentos
externos pode ser muito produtivo à entidade. P
A A = P + PL
PL
Do lado direito também aparece um outro grupo de
ou
elementos, chamado de PATRIMÔNIO LÍQUIDO,
correspondendo exatamente à diferença entre ATIVO e
A PL A = SL
PASSIVO, chamado também de Investimento Próprio por
alguns autores ou Capital Próprio e até mesmo de
Situação Líquida. Para esta situação diz-se Situação Líquida positiva,
sendo A > P, com PL > 0, esta é a situação desejada para
PATRIMÔNIO qualquer entidade, ou seja: o Patrimônio Líquido assumir
ATIVO PASSIVO saldo credor para satisfazer a igualdade: A - P - PL = 0.
No caso de o PL ser igual ao Ativo, ocorre a inexistência de
BENS OBRIGAÇÕES obrigações ou participação de Capitais de Terceiros, uma
característica encontrada, normalmente, no início da
DIREITOS PATRIMÔNIO
LÍQUIDO atividade das entidades.
2ª Situação:
2.5 EQUAÇÃO PATRIMONIAL
Quando o Ativo é menor que o Passivo, gerando um
O patrimônio líquido é conhecido como sendo o Ativo ( Patrimônio Líquido ou Situação Líquida ou Capital Próprio
- ) o Passivo e recebe também as denominações de Negativo.
Situação Líquida ou Capital Próprio ou ainda por alguns
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A As Reservas podem ser de capital, de lucros ou de
P
A + PL = P A + SL = P reavaliação de bens do ativo.
PL
2.6 O PATRIMÔNIO NO BALANÇO PATRIMONIAL –
Nota-se que nesta situação o PL assume as NOÇÕES PRELIMINARES
características do Ativo, com saldo devedor. Esta situação Um dos princípios fundamentais de Contabilidade é o
caracteriza a inexistência de capital próprio conhecida Princípio da Entidade.
como Passivo a Descoberto e no Balanço Patrimonial Com base neste princípio a Contabilidade deve tratar a
ela pode estar representada pela conta Prejuízos pessoa jurídica (empresa) distintamente das pessoas
Acumulados. físicas e/ou jurídicas dos proprietários. A Contabilidade,
Para que ocorra passivo a descoberto, a conta nos exemplos a seguir, é feita para a entidade e não para
PREJUÍZOS ACUMULADOS deve ser, necessariamente, os seus proprietários; portanto, todo o estudo que
maior que as demais contas que compõem o PL que não faremos será voltado para os interesses da entidade como
sejam retificadoras. A conta Prejuízos Acumulados se distinta de seus proprietários, muito embora, o que for útil
constitui numa conta retificadora de PL e conforme a Lei para a empresa, usualmente, será útil para os seus sócios
n.º 6.404/76, deve figurar no grupo do Patrimônio ou acionistas.
Líquido, sendo portanto a situação acima apresentada um
mero recurso didático. O balanço patrimonial é um dos mais importantes
demonstrativos contábeis, através do qual podemos
Mas fique atento, pois já houve prova de concurso em identificar, em um determinado momento, a situação
que foi exigida a forma acima representada, guiando-se o patrimonial e financeira de uma pessoa jurídica. Nesta
examinador meramente pela natureza dos saldos das peça contábil é que se evidencia o ativo, o passivo, o
contas. resultado de exercícios futuros e o patrimônio Líquido.
Podemos ter, também, a situação em que o PL = P, A seguir, um exemplo de um balanço bem simplificado.
havendo a inexistência de bens e direitos, ou seja, A = 0.
Essa hipótese caracteriza a pior situação (relativa)
FALIDOS & ASSOCIADOS S.A.
possível, pois o passivo está 100% a descoberto. Assim,
BALANÇO PATRIMONIAL EM 31/12/20X0
se no próximo concurso nos for apresentada uma situação
ATIVO PASSIVO
em que o patrimônio líquido é igual ao passivo, devemos
Caixa 2.000,00 Títulos a Pagar 7.000,00
ter muito cuidado para responder, pois pode representar
Bancos 1.600,00 Obrigações a Pagar 3.600,00
que não há ativo, dando a conotação de o passivo ser o
Duplic. a Receber 6.000,00
próprio patrimônio líquido, o que constitui a pior situação
Imóveis 3.400,00 Patrimônio Líquido
patrimonial possível. Vale dizer, o passivo exigível
Veículos 1.000,00 Capital 8.000,00
representa o Prejuízo Acumulado.
Mercadorias 6.000,00 Lucros 1.400,00
3ª Situação: TOTAL 20.000,00 TOTAL 20.000,00
Quando o Passivo for igual ao Ativo, teremos
caracterizada a inexistência de Capital Próprio ou a 2.7 ESTRUTURA BÁSICA CONFORME A LEI Nº
situação líquida nula. 6.404/76
Embora este capítulo tenha por objetivo fornecer
A P A=P
conceitos básicos e introdutórios, entendemos oportuno,
desde já, apresentar a estrutura do Balanço Patrimonial
Resumindo, Temos: segundo a Lei n.º 6.404/1976, para que nós nos
1ª Situação familiarizemos com a estrutura legal do balanço
patrimonial, pois todos os concursos públicos exigem esse
a) A > P Situação Líquida Positiva ou Superavitária. conhecimento, e nada melhor que começar desde já a
b) A = SL Situação Líquida positiva sem obrigações usar os conceitos legais do balanço patrimonial.
2ª Situação
Balanço Patrimonial encerrado em 31.12.19X1, da
A < P Situação Líquida Negativa “passivo a Empresa ALPHA
descoberto”
1. ATIVO 2. PASSIVO
A=0 P = SL Pior situação possível 1.1 Ativo circulante 2.1 Passivo circulante
3ª Situação 1.1.1 Disponibilidades 2.2 Passivo Exigível a Longo
Prazo
A=P Situação Líquida Nula
1.1.2 Direitos realizáveis 2.3 Resultado de Exercícios
durante o exercício social Futuros
O Patrimônio Líquido é composto por apenas três subseqüente
elementos básicos: 1.1.3 Despesas do exercício 2.4 PATRIMÔNIO
Capital;
seguinte LÍQUIDO
Reservas;
Lucros ou prejuízos acumulados. 1.2 Ativo Realizável a Longo 2.4.1 Capital Social
Prazo
O Capital, como já definido, representa a importância
1.3 Ativo Permanente (-) Capital a Integralizar
que os sócios ou acionistas entregaram a sociedade, bem
como as importâncias geradas por esta entidade e que 1.3.1 Investimentos 2.4.2 Reservas de Capital
esteja formalmente incorporada. 1.3.2 Imobilizado 2.4.3 Reservas de Lucros
1.3.2 Diferido 2.4.4 Reserva de Reavaliação
Lucros ou Prejuízos Acumulados representam o
resultado da própria evolução da entidade. 2.4.5 Lucros ou Prejuízos
Acumulados
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Para que cheguemos, efetivamente, a esta estrutura é 2.11.2 - Débitos de Funcionamento — São as dívidas
necessário que estudemos as técnicas, os métodos e da entidade decorrentes de operações normais de sua
gestão, pois representam operações de troca e não o
os princípios próprios da Contabilidade, sem no
ingresso de valores financeiros. Representa esse débito as
entanto perder de vista a legislação fiscal e comercial. aquisições a prazo de mercadorias, tributos, salários e
outros bens que são necessários ao funcionamento normal
2.8 ATIVO REAL
da entidade. Geralmente são classificados no Passivo
Conjunto de bens e direitos suscetíveis de venda ou de
circulante, no entanto podem aparecer também no
realização (em dinheiro), ou, ainda, transformáveis na
Passivo Exigível a Longo Prazo.
forma mais líquida ou que constituem esta própria forma.
Desta forma excluem-se do Ativo aquelas compensações
2.11.3 – Passivo Real – É o valor do Passivo Circulante
ainda não efetivamente realizáveis, tais como despesas do
e do Passivo Exigível a Longo Prazo.
exercício seguinte ou despesas pré-operacionais.
2.12 PATRIMÔNIO BRUTO
2.9 ATIVO FIXO
Chama-se Patrimônio Bruto ao conjunto de bens e
É a parte do Ativo que está representado pelos bens direitos, vale dizer, ao próprio ativo total. Como o ativo
de uso, vale dizer, o ativo imobilizado. Normalmente são total é igual ao passivo total, pode-se dizer que o passivo
de liquidez muito baixa, pois bens do imobilizado podem total é, também, igual ao patrimônio bruto.
ser muito úteis a determinadas empresas, as do mesmo
2.13 RESULTADO (RÉDITO)
ramo de atividade, mas muito pouco úteis para as demais
empresas. O ativo fixo abarca as contas representativas É o resultado produzido pelos componentes
de bens móveis e imóveis como máquinas e patrimoniais e que traz alterações ao estado inicial do
equipamentos, prédios, marcas e patentes, entre outros. capital, podendo ser, portanto, positivo (lucro) ou negativo
As empresas industriais possuem, de modo geral, ativo (prejuízo).
fixo mais elevado do que empresas comerciais, o que leva
a concluir que em termos relativos essas empresas têm Assim, rédito é a variação positiva ou negativa,
um percentual maior de seu capital aplicado no Ativo expressa em termos de moeda, que a entidade suportou
Permanente, como também é chamado. Esse ativo é, no seu capital, em dado exercício, por efeito da gestão.
ainda, chamado por alguns autores de ativo de raiz.
A função econômica da Contabilidade é apurar o
2.10 DIREITOS – UM APROFUNDAMENTO resultado que uma entidade (azienda) obteve em um
NECESSÁRIO determinado período. Este resultado é obtido pela
diferença entre as receitas e as despesas do período.
Os direitos representam créditos da entidade para com Assim:
terceiros. Representam bens da entidade que se
encontram na posse de terceiras pessoas, quer por RESULTADO(RES) = RECEITAS(R)–DESPESAS (D)
financiamento, originando os créditos de financiamento,
quer por atividades inerentes ao funcionamento da R>D RES > 0 LUCRO
entidade, ocasionando os créditos de funcionamento. R<D RES < 0 PREJUÍZO
R=D RES = 0 NULO
2.10.1 - Créditos de Financiamento — São os direitos
RECEITAS = são os ingressos de elementos para
da empresa derivados de operações de empréstimos.
o Ativo, sejam de disponibilidades ou de direitos,
Constituem, de forma geral, operações anormais, por isso, geralmente correspondentes a um esforço produtivo
são classificados a longo prazo, salvo nas empresas que da empresa, ou ainda diminuação de obrigações com
operam no mercado financeiro como instituições terceiros. Provocam aumento da Situação Líquida. Ex:
financeiras, nas quais essas operações são normais. Recebimento pela prestação de um serviço, pela
venda de mercadorias, perdão de dívida.
2.10.2 - Créditos de Funcionamento — Representam
DESPESAS = são gastos incorridos para a
os direitos advindos de operações normais das entidades
obtenção de receitas. Podem diminuir o Ativo ou
comerciais, como, por exemplo, as vendas a prazo. aumentar o Passivo Exigível, mas sempre reduzem a
Geralmente são encontrados no Ativo Circulante, sendo Situação Líquida ou Patrimônio Líquido. Ex:
assim de curto prazo. Podem, entretanto, aparecer no Pagamento de salários, aluguéis, impostos.
Ativo Realizável a Longo Prazo, conforme a empresa
vende ou não com prazo de recebimento superior ao final 2.14 EXERCÍCIO SOCIAL
do exercício social seguinte.
Também chamado de período administrativo ou
2.11 OBRIGAÇÕES período contábil, representa o período de tempo em que,
ao seu final, a direção da entidade elaborará e divulgará
Obrigações representam dívidas ou débitos da os relatórios contábeis. Este período poderá coincidir ou
empresa para com terceiros, quer por aquisição de não com o ano civil, conforme dispuser em seus estatutos
empréstimos financeiros, quando os denominamos de e pela observância da legislação fiscal.
débitos de financiamento, ou por débitos decorrentes das
atividades normais da empresa, quando são chamados de A Lei das S.As. estabelece em seu art. 175, que o
débitos de funcionamento. exercício social terá a duração de 1 ano e ao cabo deste, a
diretoria fará elaborar as demonstrações financeiras
2.11.1 - Débitos de Financiamento — Representa o (contábeis):
passivo exigível advindo da contratação de empréstimos
financeiros e surgem em situações anormais às atividades Art. 175. O exercício social terá duração de
da entidade. As situações que normalmente ensejam 1 (um) ano e a data do término será fixada no
dívidas dessa natureza são a assunção de hipotecas, estatuto.
empréstimos bancários, desconto de títulos etc.
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Parágrafo único. Na constituição da Assim, a Contabilidade registra e resume todas as
companhia e nos casos de alteração estatutária mudanças no patrimônio líquido que ocorrem durante o
o exercício social poderá ter duração diversa. período escolhido e apresenta o resultado obtido.
SEÇÃO II O período contábil determinado pelos
Demonstrações Financeiras acionistas/sócios, no contrato social ou estatuto, pode ser
Disposições Gerais de um ano ou de intervalos menores. Apesar de a Lei n.º
6.404, nos dizer, pelo art. 175, que o exercício social terá
Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a
a duração de 1 (um) ano, ela nos quis dizer que no
diretoria fará elaborar, com base na
máximo um ano.
escrituração mercantil da companhia, as
seguintes demonstrações financeiras, que REGIME DE COMPETÊNCIA: Decorre do princípio da
deverão exprimir com clareza a situação do competência. Por este regime devemos reconhecer as
patrimônio da companhia e as mutações receitas e despesas no exercício em que ocorrerem seus
ocorridas no exercício: fatos geradores, independentemente do pagamento ou do
recebimento. As entidades com fins lucrativos são
Isso, entretanto, não impede que as empresas
obrigadas a adotar este regime na apuração de seus
elaborem demonstrativos mensais, trimestrais ou
resultados e no adequado reconhecimento das receitas e
semestrais para melhor atender as suas necessidades
despesas.
gerenciais e as exigências do fisco. Portanto, não devemos
confundir a legislação societária com a legislação fiscal. O Assim, as obrigações, como salários a pagar, aluguéis
objetivo deste trabalho é expor a legislação societária, se a pagar etc. e os direitos, como juros a vencer, seguros a
bem que, por vezes, se faz necessária a referência , a vencer etc., quando aparecem no balanço patrimonial são
título ilustrativo, à legislação fiscal. decorrentes da correta aplicação do princípio da
competência.
2.15 PERÍODO CONTÁBIL E OS REGIMES DE
COMPETÊNCIA E DE CAIXA A função econômica da Contabilidade é apurar o
resultado (rédito) e o método universalmente aceito
Para o Fisco Federal (Receita e INSS), o que importa é
(partidas dobradas), utiliza o regime de competência. No
o período de apuração do tributo, que poderá ser mensal,
Brasil, a lei comercial (Lei n° 6.404/76) e a lei fiscal
trimestral ou anual, conforme a situação do contribuinte.
(Decreto-Lei n° 1.598/77) o adotam. O Conselho Federal
Segundo a Lei n° 8.541/92, o período contábil da empresa
de Contabilidade o consagrou como Princípio Fundamental
pode, perfeitamente, ser diferente do período-base do
de Contabilidade. Esse princípio consiste em que as
imposto sobre a renda. Porém, o mais usual, é o
receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do
empresário fazer coincidir o período de apuração contábil
resultado do período em que ocorrerem, sempre
com o período de apuração dos tributos pelo seu próprio
simultaneamente, quando se correlacionarem,
interesse e comodidade.
independentemente de recebimento ou pagamento.
Não devemos, entretanto, confundir período de
Dessa forma, realiza-se uma receito por meio de uma
apuração do tributo, que poderá ser mensal, trimestral ou
venda a prazo e, por outro lado, reconhece-se uma
anual, com período de pagamento. O pagamento do
despesa pela assunção de uma obrigação (salários a
imposto sobre a renda pessoa jurídica pode ser mensal ou
pagar), vale dizer, a Contabilidade deve reconhecer as
trimestral, conforme o critério utilizado (lucro estimado,
receitas e as despesas por ocasião da ocorrência dos
presumido ou real), e as contribuições previdenciárias,
respectivos fatos geradores, sendo relevantes o
parte patronal, são devidas mensalmente, tomando por
recebimento e o pagamento.
base a folha de salários.
REGIME DE CAIXA: O regime de caixa é uma forma
PERÍODO CONTÁBIL: O período de existência de uma simplificada de Contabilidade. As regras básicas, para a
entidade deve estar, sempre, previsto nos atos contabilização por esse regime, são:
constitutivos. O mais comum, entretanto, é que a pessoa
— a receita será contabilizada no momento do seu
jurídica tenha duração ilimitada. Porém, dependendo da
atividade a ser explorada, algumas aziendas têm sua recebimento, e somente nesse momento, ou seja, quando
existência predeterminada. entrar o dinheiro no Caixa (encaixe);
— a despesa será contabilizada no momento do
O resultado exato de uma empresa comercial,
portanto, somente poderá ser apurado no final de sua pagamento, ou seja, quando da efetiva saída de dinheiro
vida, após a venda de todo seu ativo e o pagamento de do Caixa (desembolso).
suas obrigações para com terceiros (passivo). O resultado No Brasil, a Contabilidade das pessoas jurídicas, não
do empreendimento, durante a sua existência, será públicas, deve, por disposição do Código Comercial e da
medido pela diferença entre o patrimônio líquido apurado, Lei n.º 6.404/76, adotar o regime de competência.
no final da sua vida, e o patrimônio líquido inicial, o da
constituição. Porém, a Contabilidade Pública utiliza um regime
misto, ou seja, o regime de competência para a despesa e
No entanto, os acionistas ou sócios e o governo o de caixa para as receitas.
precisam saber como está indo o empreendimento. Os
primeiros, para verificar o retorno do capital investido Restringe-se, portanto, o uso do regime de caixa às
para, se for o caso, tomar decisões para correção ou pessoas físicas e a determinadas circunstâncias fiscais,
redefinição de rumos da entidade. O segundo, para poder para as pessoas jurídicas.
cobrar os tributos devidos. Em função desses interesses, o Resumindo, temos regime de caixa quando, na
resultado das operações desenvolvidas pela empresa, apuração do resultado do exercício (rédito), leva-se em
deve ser informado em intervalos regulares de tempo. consideração apenas os valores efetivamente recebidos ou
Podendo ser anual, semestral, trimestral ou mensal. pagos no período. É o regime utilizado pelas pessoas
físicas, em que as receitas se confundem com os
recebimentos e as despesas com pagamentos.
Estudarei até passar!!! 7
8. CONTABILIDADE GERAL PARA CONCURSOS Prof. Eudimar
Capítulo 3 - O ESTUDO DO CAPITAL § 6º Os avaliadores e o subscritor responderão
perante a companhia, os acionistas e terceiros,
3.1 DISPOSIÇÕES NA LEI Nº 6.404/76 pelos danos que lhes causarem por culpa ou dolo
Em face do conteúdo de diversas provas sobre o na avaliação dos bens, sem prejuízo da
assunto, especialmente as elaboradas pelo CESPE/Unb, é responsabilidade penal em que tenham incorrido;
conveniente que se estude o que dispõe a Lei n.º 6.404, no caso de bens em condomínio, a
de 15 de dezembro de 1976, sobre capital social, sua responsabilidade dos subscritores é solidária.
formação e alteração. É bem verdade que o dispositivo é Transferência dos Bens
aplicável às sociedades anônimas, mas é justamente
Art. 9º Na falta de declaração expressa em
nesse enfoque que são elaboradas as questões de prova.
contrário, os bens transferem-se à companhia a
Ademais, a legislação que regulamenta as Sociedades por
título de propriedade.
Quotas, as limitadas, estabelece que se aplica a elas, de
forma subsidiária, a Lei das S.As. Desta forma, vamos à Responsabilidade do Subscritor
análise da Lei. Art. 10. A responsabilidade civil dos
No art. 1º, a referida lei estabelece que a companhia subscritores ou acionistas que contribuírem com
ou sociedade anônima terá o capital dividido em ações, bens para a formação do capital social será
bem como estabelece a responsabilidade dos acionistas ou idêntica à do vendedor.
sócios desse tipo de sociedade comercial, que está Parágrafo único. Quando a entrada consistir
limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou em crédito, o subscritor ou acionista responderá
adquiridas. Vale dizer, o acionista que, não dispondo de pela solvência do devedor. (grifei).
poder de gerência, responde perante a sociedade e
terceiros pelo valor de suas ações. Quando estas Depreendemos da leitura do dispositivo que o acionista
estiverem totalmente integralizadas, ele não possui pode integralizar o capital subscrito em bens ou dinheiro. Caso
nenhuma responsabilidade adicional. a integralização seja feita em bens, estes devem ser avaliados
em dinheiro. Essa avaliação há de ser feita por três peritos ou
No art. 5º, a lei determina que o estatuto da
por empresa especializada que serão nomeados por assembléia
companhia fixará o valor do capital social, que deverá ser
geral dos subscritores. Os peritos ou a empresa deverão
expresso em moeda nacional, e a sua expressão
apresentar laudo indicando o valor da avaliação e serão por ele
monetária deverá ser corrigida anualmente. O art. 6º, por
responsáveis.
seu turno, estabelece restrições à alteração do capital
social, cujas modificações devem observar o disposto na O capítulo XIV da lei está reservado à regulamentação
Lei das S.As. e ao que dispuserem os estatutos a da modificação do capital social, englobando os arts. 166
respeito. ao 174.
A formação do capital social está disciplinada nos arts. O art. 166 estabelece a competência para o aumento
7º ao 10 da lei, que, pela sua relevância, serão a seguir do capital social, e está assim redigido:
transcritos. Art. 166. O capital social pode ser
aumentado:
Art. 7º O capital social poderá ser formado
I - por deliberação da assembléia-geral
com contribuições em dinheiro ou em qualquer
ordinária, para correção da expressão
espécie de bens suscetíveis de avaliação em
monetária do seu valor (artigo 167);
dinheiro.
II - por deliberação da assembléia-geral ou
Avaliação do conselho de administração, observado o
Art. 8º A avaliação dos bens será feita por que a respeito dispuser o estatuto, nos casos
3 (três) peritos ou por empresa de emissão de ações dentro do limite
especializada, nomeados em assembléia- autorizado no estatuto (artigo 168);
geral dos subscritores, convocada pela III - por conversão, em ações, de
imprensa e presidida por um dos fundadores, debêntures ou parte beneficiárias e pelo
instalando-se em primeira convocação com a exercício de direitos conferidos por bônus de
presença de subscritores que representem subscrição, ou de opção de compra de ações;
metade, pelo menos, do capital social, e em IV - por deliberação da assembléia-geral
segunda convocação com qualquer número. extraordinária convocada para decidir sobre
§ 1º Os peritos ou a empresa avaliadora reforma do estatuto social, no caso de
deverão apresentar laudo fundamentado, com inexistir autorização de aumento, ou de estar
a indicação dos critérios de avaliação e dos a mesma esgotada.
elementos de comparação adotados e instruído § 1º Dentro dos 30 (trinta) dias
com os documentos relativos aos bens subseqüentes à efetivação do aumento, a
avaliados, e estarão presentes à assembléia companhia requererá ao registro do comércio
que conhecer do laudo, a fim de prestarem as a sua averbação, nos casos dos números I a
informações que lhes forem solicitadas. III, ou o arquivamento da ata da assembléia
§ 2º Se o subscritor aceitar o valor de reforma do estatuto, no caso do número
aprovado pela assembléia, os bens incorporar- IV.
se-ão ao patrimônio da companhia, § 2º O conselho fiscal, se em
competindo aos primeiros diretores cumprir as funcionamento, deverá, salvo nos casos do
formalidades necessárias à respectiva número III, ser obrigatoriamente ouvido antes
transmissão. da deliberação sobre o aumento de capital.
§ 3º Se a assembléia não aprovar a Assim, temos diversas formas de modificação, por
avaliação, ou o subscritor não aceitar a aumento, do capital social, e o assunto deve ser entendido
avaliação aprovada, ficará sem efeito o projeto a partir do texto legal. Porém, chama-se a atenção ao
de constituição da companhia. disposto no § 1º, haja vista a disposição do Código
Comercial diferir desta disposição, melhor dizendo, a
§ 4º Os bens não poderão ser incorporados
disposição contida sobre registro do comércio foi, há
ao patrimônio da companhia por valor acima
muito, alterada.
do que lhes tiver dado o subscritor.
O disposto no art. 167, relativo ao aumento do capital
§ 5º Aplica-se à assembléia referida neste
social por correção monetária, não tem mais o vigor que
artigo o disposto nos §§ 1º e 2º do artigo 115.
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detinha até 31 de dezembro de 1995, quando a correção Assim, a conta capital social permanecerá com o valor de
monetária foi extinta. Mas, por força da inalterabilidade do R$ 1.000,00.
capital social sem alteração dos atos constitutivos, ainda
persiste, em raros casos, na Contabilidade de certas Já a conta reserva de correção monetária do capital
empresas e também no balanço patrimonial a conta deverá receber a adição de R$ 800,00, referentes a
reserva de capital compreendida pela reserva de correção correção do capital social mais R$ 400,00, referentes a
do capital social. O assunto foi cobrado em provas muito correção de seu próprio saldo, ficando portanto com saldo
recentes e poderá ser cobrado na sua próxima prova, de R$ 1.700,00. No balanço essa situação, após o
portanto, para não errar essa preciosa questão, vale a segundo período, devidamente corrigido, passaria a ser a
pena ver o que diz a lei.
seguinte:
Art. 167. A reserva de capital constituída
por ocasião do balanço de encerramento do
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
exercício social e resultante da correção
monetária do capital realizado (artigo 182, § CAPITAL REALIZADO 1.000,00
2º) será capitalizada por deliberação da
assembléia-geral ordinária que aprovar o RESERVA DE COR. MONET. DO CAPITAL 1.700,00
balanço.
§ 1º Na companhia aberta, a capitalização É muito importante que tenhamos em mente a real
prevista neste artigo será feita sem dimensão do capital social. No exemplo apresentado,
modificação do número de ações emitidas e deve-se entender que o capital social é de R$ 2.700,00,
com aumento do valor nominal das ações, se
isto é, o capital social representa o valor registrado em
for o caso.
conta específica de capital realizado mais o valor de sua
§ 2º A companhia poderá deixar de
correção. Isto é assim, porque por disposição expressa de
capitalizar o saldo da reserva correspondente
às frações de centavo do valor nominal das lei o capital não pode ter alterado o seu valor extrínseco
ações, ou, se não tiverem valor nominal, à sem que haja alteração dos atos constitutivos, entretanto
fração inferior a 1% (um por cento) do capital a própria lei estabelece que o capital deve ter seu valor
social. atualizado para acompanhar a desvalorização da moeda.
§ 3º Se a companhia tiver ações com e
Dessa forma, em questões de concursos nas quais é
sem valor nominal, a correção do capital
solicitado o valor da reserva legal, por exemplo, assunto
correspondente às ações com valor nominal
será feita separadamente, sendo a reserva que veremos em hora oportuna, devemos adicionar à
resultante capitalizada em benefício dessas conta de capital social o valor da conta de reserva de
ações. capital para, com base no valor assim encontrado, apurar
os percentuais estabelecidos na lei no concernente as
Cientes de que o Capital Social só poderá ter o seu
reservas de lucros.
valor alterado mediante alteração dos atos constitutivos da
companhia (estatuto), e nas entidades contratuais
mediante a alteração do contrato social, a Contabilidade, No art. 168, a lei regulamenta o aumento do capital
com base na Lei das S.As. e nos princípios contábeis, trata social sem alteração dos atos constitutivos, utilizando para
o assunto da seguinte forma: tanto a figura do capital autorizado, conforme abaixo
1- A conta representativa do capital realizado permanece transcrito:
inalterada; Art. 168. O estatuto pode conter
2- A correção monetária do capital é registrada em conta autorização para aumento do capital social
própria, representando reserva de capital, onde é independentemente de reforma estatutária.
registrada a atualização do capital por correção monetária;
§ 1º A autorização deverá especificar:
3 – Como essa conta é representativa de capital social,
também ela, sofre, a partir do segundo ano ou período, a) o limite de aumento, em valor do capital
correção monetária. Assim, essa conta registra a correção ou em número de ações, e as espécies e
de seu próprio valor tanto quanto a correção da conta classes das ações que poderão ser emitidas;
capital integralizado ou realizado.
b) o órgão competente para deliberar sobre
Desta forma, se, por exemplo, uma empresa que as emissões, que poderá ser a assembléia-
iniciou suas atividades em princípio de janeiro de geral ou o conselho de administração;
determinado ano, no qual a correção monetária foi de
50%, e o capital realizado desta empresa é de R$ c) as condições a que estiverem sujeitas as
1.000,00, deverá, no balanço patrimonial do final do ano emissões;
corrigir o valor do capital social mediante a criação da d) os casos ou as condições em que os
conta reserva de correção monetária do capital com valor
acionistas terão direito de preferência para
de R$ 500,00.
subscrição, ou de inexistência desse direito
(artigo 172).
No balanço patrimonial essa situação estará assim
demonstrada: § 2º O limite de autorização, quando fixado
em valor do capital social, será anualmente
PATRIMÔNIO LÍQUIDO corrigido pela assembléia-geral ordinária, com
base nos mesmos índices adotados na
CAPITAL REALIZADO 1.000,00 correção do capital social.
RESERVA DE COR. MONET. DO CAPITAL 500,00 § 3º O estatuto pode prever que a
companhia, dentro do limite de capital
autorizado, e de acordo com plano aprovado
Admitindo, ainda no mesmo exemplo, que no exercício
pela assembléia-geral, outorgue opção de
seguinte o índice de inflação seja de 80%, e que a
compra de ações a seus administradores ou
empresa não efetuou alterações em seu capital social,
empregados, ou a pessoas naturais que
deverá registrar essa correção de 80%. Porém, agora,
prestem serviços à companhia ou a sociedade
deverá registrar a correção da conta capital social e da
sob seu controle.
própria conta que representa a correção do capital social.
Estudarei até passar!!! 9
10. CONTABILIDADE GERAL PARA CONCURSOS Prof. Eudimar
Também constitui fonte de aumento do capital social a § 4º As entradas e as prestações da
incorporação formal de reservas de lucros gerados pela realização das ações poderão ser recebidas
empresa. A Lei chama está operação de Capitalização de pela companhia independentemente de
Lucros e Reservas. Vejamos: depósito bancário.
Art. 169. O aumento mediante § 5º No aumento de capital observar-se-á,
capitalização de lucros ou de reservas se mediante subscrição pública, o disposto no
importará alteração do valor nominal das ações artigo 82, e se mediante subscrição particular,
ou distribuições das ações novas, o que a respeito for deliberado pela
correspondentes ao aumento, entre acionistas, assembléia-geral ou pelo conselho de
na proporção do número de ações que administração, conforme dispuser o estatuto.
possuírem.
§ 6º Ao aumento de capital aplica-se, no
§ 1º Na companhia com ações sem valor que couber, o disposto sobre a constituição da
nominal, a capitalização de lucros ou de companhia, exceto na parte final do § 2º do
reservas poderá ser efetivada sem artigo 82.
modificação do número de ações.
§ 7º A proposta de aumento do capital
§ 2º Às ações distribuídas de acordo com deverá esclarecer qual o critério adotado, nos
este artigo se estenderão, salvo cláusula em termos do § 1º deste artigo, justificando
contrário dos instrumentos que os tenham pormenorizadamente os aspectos econômicos
constituído, o usufruto, o fideicomisso, a que determinaram a sua escolha. (Parágrafo
inalienabilidade e a incomunicabilidade que incluído pela Lei n.º 9.457, de 5.5.1997)
porventura gravarem as ações de que elas
forem derivadas. Nos arts. 171 e 172, a Lei trata do direito de
§ 3º As ações que não puderem ser preferência e da exclusão do direito de preferência. Pelo
atribuídas por inteiro a cada acionista serão fato e o art. 172 ter sofrido profundas alterações o
vendidas em bolsa, dividindo-se o produto da transcrevo abaixo.
venda, proporcionalmente, pelos titulares das Art. 172. O estatuto da companhia aberta
frações; antes da venda, a companhia fixará que contiver autorização para o aumento do
prazo não inferior a 30 (trinta) dias, durante o capital pode prever a emissão, sem direito de
qual os acionistas poderão transferir as frações preferência para os antigos acionistas, ou com
de ação. redução do prazo de que trata o § 4o do art.
171, de ações e debêntures conversíveis em
O capital pode, também, ser aumentado mediante o ações, ou bônus de subscrição, cuja colocação
aporte de novos recursos, externos, advindos dos seja feita mediante: (Redação dada pela Lei nº
sócios/acionistas, é esse o entendimento do Art. 170, da 10.303, de 31.10.2001)
Lei: I - venda em bolsa de valores ou
subscrição pública; ou
Art. 170. Depois de realizados 3/4 (três
quartos), no mínimo, do capital social, a II - permuta por ações, em oferta pública
companhia pode aumentá-lo mediante de aquisição de controle, nos termos dos arts.
subscrição pública ou particular de ações. 257 e 263.
Parágrafo único. O estatuto da companhia,
§ 1º O preço de emissão deverá ser fixado,
sem diluição injustificada da participação dos ainda que fechada, pode excluir o direito de
antigos acionistas, ainda que tenham direito de preferência para subscrição de ações nos
termos de lei especial sobre incentivos fiscais.
preferência para subscrevê-las, tendo em vista,
alternativa ou conjuntamente: (Redação dada Assim como a empresa pode aumentar seu capital,
pela Lei n.º 9.457, de 5.5.1997) poderá, em certas situações, reduzir o seu capital. As
I - a perspectiva de rentabilidade da circunstâncias previstas pela Lei para a redução do capital
companhia; (Inciso incluído pela Lei n.º são de perda no caso de compensação de prejuízos
9.457, de 5.5.1997) acumulados e no caso de o capital registrado ser
considerado excessivo à finalidade do objetivo social. É o
II - o valor do patrimônio líquido da ação;
que dispõem os arts. 173 e 174, da Lei:
(Inciso incluído pela Lei n.º 9.457, de
5.5.1997) Art. 173. A assembléia-geral poderá
deliberar a redução do capital social se houver
III - a cotação de suas ações em Bolsa de
Valores ou no mercado de balcão organizado, perda, até o montante dos prejuízos
admitido ágio ou deságio em função das acumulados, ou se julgá-lo excessivo.
condições do mercado. (Inciso incluído pela § 1º A proposta de redução do capital
Lei n.º 9.457, de 5.5.1997) social, quando de iniciativa dos
administradores, não poderá ser submetida à
§ 2º A assembléia-geral, quando for de sua
competência deliberar sobre o aumento, deliberação da assembléia-geral sem o
parecer do conselho fiscal, se em
poderá delegar ao conselho de administração
a fixação do preço de emissão de ações a funcionamento.
serem distribuídas no mercado. § 2º A partir da deliberação de redução
ficarão suspensos os direitos correspondentes
§ 3º A subscrição de ações para realização
às ações cujos certificados tenham sido
em bens será sempre procedida com
observância do disposto no artigo 8º, e a ela emitidos, até que sejam apresentados à
se aplicará o disposto nos §§ 2º e 3º do artigo companhia para substituição.
98. Oposição dos Credores
10 Estudarei até passar!!!
11. CONTABILIDADE GERAL PARA CONCURSOS Prof. Eudimar
Art. 174. Ressalvado o disposto nos artigos monetária incorporada ao respectivo capital e pode
45 e 107, a redução do capital social com ser reduzido quando houver absorção de prejuízo
restituição aos acionistas de parte do valor contábil ou quando há restituição de capital aos
das ações, ou pela diminuição do valor destas, empresários. Para ter validade jurídica, qualquer
quando não integralizadas, à importância das
alteração ocorrida no capital necessita de seu
entradas, só se tornará efetiva 60 (sessenta)
competente registro (arquivamento) na junta
dias após a publicação da ata da assembléia-
comercial.
geral que a tiver deliberado.
Chamamos a atenção para os efeitos jurídicos
§ 1º Durante o prazo previsto neste artigo,
dos registros de documentos nas juntas comerciais.
os credores quirografários por títulos
A validade jurídica dos documentos levados a
anteriores à data da publicação da ata
arquivamento nas juntas comerciais, terá início:
poderão, mediante notificação, de que se dará
ciência ao registro do comércio da sede da a) na data de sua assinatura dos atos constitutivo, se
companhia, opor-se à redução do capital; se tiver dado entrada destes até 30 (trinta) dias daquela
decairão desse direito os credores que o não data;
exercerem dentro do prazo. b) da data do despacho que o conceder, se forem
§ 2º Findo o prazo, a ata da assembléia- apresentados após 30 (trinta) dias da data da assinatura
geral que houver deliberado à redução dos atos constitutivos. (artigo 36 da Lei n° 8.934/94).
poderá ser arquivada se não tiver havido
oposição ou, se tiver havido oposição de 3.4 CAPITAL REALIZADO, INTEGRALIZADO ou
algum credor, desde que feita a prova do CONTÁBIL.
pagamento do seu crédito ou do depósito
judicial da importância respectiva. É o total efetivamente entregue pelos acionistas ou
sócios das entidades, que pode ser igual ao capital
§ 3º Se houver em circulação
nominal ou subscrito se os subscritores já o
debêntures emitidas pela companhia, a
integralizaram. Pelo art. 182 da Lei n.º 6.404/76, temos
redução do capital, nos casos previstos
neste artigo, não poderá ser efetivada sem que “a conta capital social discriminará o montante
prévia aprovação pela maioria dos subscrito, e por dedução, a parcela ainda não realizada”.
debenturistas, reunidos em assembléia Dessa forma, quando o capital não for integralizado de
especial. forma total no momento da constituição da sociedade, a
empresa deve ter, em seu plano de contas, a conta do
Atenção!
Capital Subscrito e a conta devedora do Capital a
Embora o disposto no art. 174, acima transcrito, não
tenha implicação em registros contábeis, a sua Integralizar, sendo que o líquido entre ambas representa o
observância e, por conseguinte, importância são elevados, Capital Realizado. Salientamos, mais uma vez, que capital
devendo o estudante de contabilidade para concursos ficar subscrito, capital registrado e capital nominal representam
muito atento ao o que nele está regrado, pois, bancas expressões análogas em Contabilidade.
como o CESPE/Unb adoram questões envolvendo o Para melhor compreensão, vamos a um exemplo
assunto. prático de constituição de sociedade comercial, em cujo
contrato social reza que a empresa terá o capital social de
3.2 CONCEITUAÇÃO R$ 1.200.000,00, formado por dois sócios em partes
Após vermos, exaustivamente, as disposições da Lei iguais, e que este será integralizado da seguinte forma:
das S.As. sobre Capital Social, repito que essas No ato da assinatura da constituição da empresa o
disposições se aplicam, de forma subsidiária, às demais
sócio A fará a entrega de R$ 300.000,00, em dinheiro e o
sociedades quanto a formação do Capital Social, podemos,
restante de suas quotas serão entregues em 30 parcelas
finalmente, conceituar Capital Social.
mensais, iguais e sucessivas de R$ 10.000,00 cada.
Assim, de forma resumida, pode-se dizer que o Capital
No ato da assinatura do contrato o sócio B entregará a
Social representa o aporte de recursos que os sócios ou
quantia de R$ 150.000,00 em dinheiro e em bens imóveis,
acionistas entregam à entidade como investimento inicial.
Pode, também, estar composto por reservas de capital e devidamente avaliados, no valor de R$ 150.000,00. As
de lucros gerados pela entidade e que estejam quotas restantes serão por ele integralizadas em 6
formalmente incorporadas. Nesta hipótese é necessário parcelas semestrais e sucessivas de R$ 50.000,00 cada.
que haja alteração do contrato ou estatuto social, pois o
capital social só pode ser alterado mediante alteração dos Contabilmente, teremos os seguintes lançamentos:
atos constitutivos da entidade. 1. Na subscrição:
3.3 CAPITAL SOCIAL ou CAPITAL NOMINAL ou 2.
CAPITAL SUBSCRITO Débito Crédito
Capital a Integralizar 1.200.000,00
Chama-se capital nominal o valor do capital ou a Capital subscrito 1.200.000,00
capital social devidamente registrado na junta
comercial do estado. O capital nominal é formado 2. Na integralização pelos sócios ou acionistas:
pelo capital inicial investido pelos empresários,
inclusive os investimentos adicionais, integralizados Débito Crédito
em dinheiro ou bens, bem como os acréscimos
Caixa, Bancos etc. 600.000,00
decorrentes de lucros gerados na atividade da
a Capital a 600.000,00
empresa e outras reservas (como reservas de
Integralizar
capital). O capital nominal inclui a sua correção
Estudarei até passar!!! 11